O AUTOR DAS CARTAS ÀS SETE IGREJAS
TEXTO ÁUREO
"Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo". (Apocalipse 1:1)
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Introduzir o contexto geral em que as cartas foram escritas;
2. Refletir sobre como Jesus se posicionou no seu ministério terreno, que é diferente de como Ele se posiciona hoje e que também é diferente de como Ele se posicionará futuramente.
3. Conhecer mais do nosso Senhor a partir das suas características destacadas por João, nos gerando mais zelo e temor ao Deus que julga o pecado.
INTRODUÇÃO
Diferente do livro de Daniel (Dn 12:4), Apocalipse não é um livro selado (Ap 22:10). Tanto sua primeira palavra, quanto o significado do nome apocalipse, é revelação, portanto, através dele Deus nos revela o Jesus glorificado e Seus planos para Sua igreja. Cabe ainda mencionar que revelação é diferente de especulação. Estas coisas devem acontecer (Ap 1:1), devem no sentido de serem obrigadas a acontecer, e quem garante é a Palavra inerrante e infalível de Deus e o testemunho do próprio Jesus Cristo (Ap 1:2). De certo que algumas profecias deste livro ainda acontecerão, mas outras já aconteceram e tem muito a nos ensinar, como veremos ao longo deste trimestre. Nesta lição estudaremos sobre o capítulo 1 de apocalipse, apresentando o Cristo glorificado que envia a mensagem às sete igrejas.
1 – UM RESUMO GERAL DO QUE É O LIVRO DO APOCALIPSE
O livro de Apocalipse como um todo é uma revelação de Jesus, dada por Deus, enviada pelo seu anjo, notificada ao apóstolo João (Ap 1:1) com o fim de mostrar a Sua igreja acontecimentos futuros, prepara-los e enchê-los de esperança sobre volta triunfal de Cristo. Mesmo em meio a algumas narrativas de tensão e sofrimento, nada foge ao controle soberano do Deus que nos guia em direção à Nova Jerusalém. Este livro foi escrito pelo apóstolo João quando este estava exilado na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap 1:9). Mesmo que o imperador Domiciano tenha criado circunstâncias adversas para impedir o ministério do último apóstolo, Deus o arrebata em Espírito (Ap 1:10) e lhe entrega a revelação de Jesus Cristo que nos alcança hoje, quase dois mil anos depois, nos dando a certeza que no final tudo acabará bem para os filhos de Deus.
2 – COMO JESUS É APRESENTADO NESTE LIVRO
No começo deste livro o apóstolo João nos apresenta 3 títulos de Jesus que tem muito a nos revelar sobre a Sua pessoa (Ap 1:5). Vejamos de forma resumida o que significa cada uma destes títulos apontados pelo apóstolo.
- Testemunha Fiel. Ele veio testemunhar acerca do Pai (Jo 14:7-11). Este título remete ao passado, quando o Cristo encarnou e cumpriu seu ministério terreno.
- Primogênito dentre os mortos. Ele foi o primeiro ressuscitar em glória com um corpo transformado (1Co 15:20). Este título se refere ao presente, após Cristo cumprir seu ministério, Ele ressuscita e é recebido no céu (At 1:11).
- Soberano dos reis da terra. Ele está acima de qualquer governo humano. Diante dEle todo joelho se dobrará (Rm 14:11). Este título tem uma aplicação atemporal com relação a soberania de Cristo, mas também tem uma aplicação futura, quando Ele finalmente estabelecer seu reino.
3 – O CRISTO GLORIFICADO
Depois de João ter sido arrebatado no Espírito ele ouviu por detrás uma grande voz, como de trombeta, se virou para ver quem era e viu o próprio Cristo glorificado. Ele menciona algumas características que mais lhe chamaram a atenção. Observemos estas características e seus significados:
- Suas Vestes (1:13). Destacam a sua autoridade e domínio. Quanto mais longo o vestido maior a autoridade (Is 6:1). Também aponta para seu ministério sacerdotal (Ex 28:4), governamental (1 Sm 24:4,5,11) e de juízo (Ez 9:1-11).
- Sua cabeça e Seus cabelos (1:14). O branco é o símbolo da pureza e santidade de Cristo. A santidade é o atributo mais proeminente de Cristo, acima de todos os tributos, onde repousa sua coroa real.
- Seus Olhos (1:14). Falam da Sua onisciência que a tudo vê e perscruta. Ele é o juiz diante de quem tudo se desnuda. O fogo é o elemento utilizado para passar o ouro e verificar suas impurezas não vistas a olhos nus, ou seja, Ele vê o que, e onde, ninguém está vendo.
- Seus Pés (1:15). No tabernáculo, a mobília associada ao pecado era de bronze. O fogo que queimava no altar de bronze representava a ira de Deus sobre o pecado. A serpente levantada por Moisés no deserto era de bronze e tipificava a cruz de Cristo que se tornou pecado, sob julgamento, por nós (Jo 3:14-15). Os pés como o bronze numa fornalha ardente mostram Cristo de pé julgando o pecado.
- Sua Voz (1:15). Sua voz imponente é como o som de muitas águas, representando que quando Cristo fala nada mais se escuta, nada atravessa sua Palavra, ela abafa toda e qualquer opinião contrária.
- Sua Mão (1:16). A mão direita é a mão da ação, com a qual age e governa. Isso mostra o Seu cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de Cristo (Jo 10:28). E ele governa através de seus anjos (Ap 1:16,20).
- Sua Boca (1:16). Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas a Palavra do juízo. A única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador é a espada que sai da Sua boca (Ap 19:15). Essa é a cena do tribunal, onde é proferida a sentença judicial, e precisamente sem contestação.
- Seu Rosto (1:16). A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória. A luz do sol supera o brilho dos candeeiros.
CONCLUSÃO
O capítulo 1 de Apocalipse nos introduz no contexto geral em que as cartas envias as sete igrejas foram escritas, que foi o autor, como se deu a transmissão dessas informações, local da revelação, etc. Este capítulo também nos mostra que o Cristo que veio para servir e dar a vida em resgate de muitos (Mc 10:45), esvaziado de si mesmo (Fp 2:7), agora se apresenta glorificado, e tem importantes orientações para nós, a sua igreja. Vejamos nas próximas lições cada uma das cartas as sete igreja e seus riquíssimos ensinamentos práticos para a igreja de hoje.