TEXTO ÁUREO
“E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho” (Ap 12.11).

INTRODUÇÃO
É o povo de Israel a razão mais evidente da Grande Tribulação. Ele é o alvo principal por causa das suas relações com o plano redentor de Deus para com a humanidade.
Israel foi escolhido para representar os interesses divinos na Terra. Muita de nós cometemos o erro de não ver Israel nos acontecimentos do Apocalipse.
Devido a tal ignorância, perde-se muito da perspectiva bíblica da grande tribulação. Por esse motivo, na lição de hoje veremos o que aconteceu a essa nação no período da grande tribulação.
 
I – PERSEGUIÇÃO DOS REMIDOS
Quando o quinto selo é aberto (Ap 6.9-11) iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra. Sabendo que todos os crentes foram arrebatados antes da Tribulação, podemos notar esses que serão perseguidos crerão em Cristo durante aquele período.
Portanto, o evangelho será pregado nessa época possivelmente pelos servos de Deus que foram selados. Trata-se de 144 mil judeus (Ap 7.3-8; 14.1-4) e são chamados de “servos do nosso Deus”.
Eles certamente não serão os únicos a pregar naqueles dias. Outros pregarão e serão perseguidos e mortos (Mt 24.9). Mesmo assim, o evangelho será pregado por toda parte e haverá conversões (Mt 24.14).

I - AS DUAS TESTEMUNHAS - Durante a primeira metade da Tribulação, duas testemunhas desenvolverão uma atividade de proclamação como de profetas (Ap 11.3-13).
Farão isso por 1.260 dias (primeiros anos 3 anos e meio da Tribulação) e parecem exercer poder sobre a natureza (vv.3-6). Cumprida sua tarefa e seu tempo, a besta (o homem da iniquidade) vai vencê-las e deixar seus corpos expostos em uma praça de Jerusalém (vv.7-9). Durante 3 dias e meio, haverá festa pela morte das testemunhas, mas, ao final disso, elas serão ressuscitadas e levadas ao céu. Um décimo da cidade será destruído causando a morte de 7 mil pessoas (vv.10-13).

II – A ATUAÇÃO DO ANTICRISTO
A primeira parte da Tribulação tem o “homem da iniquidade” como um líder capaz de resolver problemas entre nações trazendo-lhes paz. Entretanto, o evento descrito em Dn 9.27 demonstra seu real caráter e dá início à segunda metade da Tribulação.

A partir de então, a besta se assentará no santuário de Deus e como Deus se apresentará, exigindo ser adorado (2Ts 2.3,4). Não é sem motivo que a besta se apresentará como Deus, pois Satanás lhe dará poder e autoridade (Ap 13.2), além de poderes sobrenaturais (2Ts 2.9). Durante essa época, a besta será “ferida de morte”, mas sua recuperação inacreditável fará com que seja seguida por muita gente, que também adorará a Satanás (Ap 13.3,4).
Na sequência, nos próximos 3 anos e meio, a besta agirá com poder e engano, sendo adorada pelo mundo todo (Ap 13.5-8).

II.1 A segunda besta (falso profeta) - Para promover seus intentos e a adoração a si, a primeira besta (o homem da iniquidade) faz surgir uma segunda besta (falso profeta). A segunda besta em momento algum promove a si mesma, mas ao homem da iniquidade (Ap 13.11-18). Tem a autoridade da primeira besta e realiza sinais (vv.12,13). Vai exaltar o fato de a primeira besta não ter sucumbido diante da ferida mortal (v.14). Fará uma imagem da besta e lhe dará vida (ou a aparência de uma imagem viva) a fim de atrair adoração (v.15). Finalmente, cria uma marca que somente os adoradores da besta receberão e com a qual poderão realizar operações comerciais (vv.16-18).

III A FUGA PARA O DESERTO
Apocalipse 12 descreve a fuga dos israelitas para o deserto. Deve acontecer pouco depois da violação do templo e da quebra do acôrdo entre Israel e o falso Messias, a meio caminho da tribulação.
No cenário de Apocalipse 12 torna-se óbvio, que o conflito entre Israel e o Anticristo não é um acontecimento isolado, mas sim parte da velha batalha entre o reino de Deus e o reino de Satanás. A série de acontecimentos que vai culminar nesta confrontação é mencionada por João em apocalipse 12:1-6.
Nesta passagem, a nação de Israel é comparada a uma mulher casada – não a uma noiva virgem como a Igreja de Cristo – (ver Jeremia 31:1-5, Isaías 54:4-8 e Oseias 2:15 para Israel; e Mateus 25:1-13 e 2 Coríntios 11:2 para a igreja).
A mulher é tambem identificada pelas dôze estrêlas na cabeça, que representam as 12 tribos de Israel, assim como pelo Sol e Lua, que apontam para Jacob e Raquel, como antepassados de Israel. Êste simbolismo é evidente no sonho de José:
A gravidez da mulher sugere o período do nascimento de Jesus. O Dragão que arrebata consigo do Céu um terço dos anjos e está pronto a destruir o Menino, não é outro senão o próprio Diabo. Nesta altura, o incitador destas coisas era Herodes, que exigia que os recém nascidos fossem mortos, num esforço para tirar a vida também a Jesus. Mas o Senhor Jesus veio até nós e realizou o Seu trabalho, e foi levado de novo ao Céu. O período em que reinará sobre todas as nações com um varão de ferro, começará depois da Sua segunda vinda.
De acordo com Apocalipse 2:26,27, os Seus discípulos fiéis reinarão com Ele.
Até à segunda vinda de Jesus, o Diabo anda a dirigir os seus esforços de oposição ao reino de Deus, atacando a Igreja e Israel.
Depois da verdadeira Igreja ter sido arrebatada, ele vai focar toda a sua atenção em Israel – primeiramente enganando a nação, e mais tarde tentando aniquilá-la – de forma a fazer fracassar o plano e acordo de Deus com o Seu povo.
É durante êste período, que é ordenado a Israel que fuja para as montanhas, para um lugar no deserto, de forma a sobreviver à grande tribulação. Ali, o Senhor protegerá o povo durante mil duzentos e sessenta dias – isto é 3 anos e meio.
III.1 Os mártires cristãos - Estes mártires incluem todos aqueles que se vão converter depois do arrebatamento, pois vai haver muitos que se vão converter sob o ministério das 144 000 testemunhas judaicas. Eles dedicar-se-ão à oposição ao Anticristo, resistindo-lhe e revelando a sua decepção (Ap 6:9,10).
"E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte" (Ap 12:11).
No Céu, saberão que todos os seus irmãos em Jesus tinham também de sofrer e morrer como mártires. "E foi-lhes dada a cada um uma veste branca e foi-lhes dito que deviam esperar um pouco mais, até que tanto o número dos servos seus companheiros como o de seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram, estivesse completo." (Ap 6:11).
Quando todos os mártires tiverem sido juntos no Céu, receberão corpos ressurrectos e alegrar-se-ão grandemente no Senhor.
Não mais se lembrarão dos sofrimentos e tristezas da perseguição, da fome, do martírio e da morte que sofreram por causa da sua fé.
João afirma a respeito deste grande ajuntamento:
"Depois destas coisas olhei, e vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, postada em frente do trono e do Cordeiro, vestida de vestes brancas....
Estes são aqueles que saíram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as fizeram brancas no sangue do Cordeiro...."
O Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e guiará para fontes de água viva.
E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos." (Apocalipse 7:9, 14, 17).

CONCLUSÃO
A grande lamentação dos últimos dias descrita por Zacarias, refere-se ao arrependimento do povo judaico e à sua profunda contrição perante a sua antiga descrença.
Sob a convicção do pecado da rejeição do Messias, o povo olhará para Ele, a quem trespassaram, e vai lamentar-se, encontrando ao mesmo tempo limpeza espiritual na fonte que lhes é aberta para o pecado e impureza.
"E assim todo Israel será salvo" (Romanos 11:26).
Abençoados são os que se lamentam desta maneira, (Mateus 5:4), pois serão confortados com o perdão misericordioso do nosso Deus, que gratuitamente lhes perdoará todos os pecados e trará paz à sua alma.  
Jesus unir-se-á ao resíduo do Seu Povo purificado, fugitivo e entristecido, e confortá-lo-á com as seguintes palavras:
"Este é o Meu povo; e cada um dirá, O SENHOR é o meu Deus." (Zacarias 13:9)