TEXTO ÁUREO
"Escreve ao anjo da igreja de Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro". (Apocalipse 2:1)
OBJETIVO DA LIÇÃO
1. Analisar o contexto geral da mensagem aos Efésios;
2. Refletir sobre a obra completa de Jesus que nos dará acesso a árvore da vida, que um dia nosso pecado nos impediu;
3. Aplicar alguns conceitos práticos desta mensagem na nossa vida.
INTRODUÇÃO
Éfeso era o maior centro comercial da Ásia. Nela se encontrava uma das sete maravilhas do velho mundo, o templo de Diana, um lugar de idolatria de enormes proporções. Uma cidade marcada positivamente por avanços culturais, artísticos e de urbanização, mas também marcada negativamente com prostituição, idolatria e criminalidade. A igreja de Éfeso se encontra dentro deste contexto cultural, cercada de estímulos contrários a vida cristã. Como diz Steven J. Lawson: - “é melhor desempenhar uma missão nas portas do inferno do que pregar ao coral de anjos”.
A Igreja de Éfeso é elogiada por seu bom trabalho, por rejeitar o mal, por sua perseverança e por ser paciente. A crítica fica por conta do esfriamento de seu primeiro amor. A recomendação é que a igreja se arrependa e volte a praticar as primeiras obras. Éfeso recebe como promessa a árvore da vida. Vejamos a seguir com mais profundidade a mensagem destinada a esta igreja.
1 – CONTEXTO HISTÓRICO
Jesus se apresenta como aquele que tem na sua destra (controle) as sete estrelas, que anda no meio (inspecionando) dos sete castiçais de ouro. No capítulo anterior Jesus identifica que as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e que os sete castiçais são as sete igrejas (Ap 1:20). Os anjos são os mensageiros, ou seja, os líderes detentores do ministério da Palavra. A igreja de Éfeso se destacava pelo trabalho duro, servindo a Cristo até a exaustão, além perseverança para suportar a pressão externa da cultura pecaminosa local. Resistia o mal com zelo santo. Tinham conhecimento das escrituras e provavam os itinerantes que se diziam apóstolos.
Logo após a aprovação desta igreja, Jesus muda de tom e diz: “tenho, porém, contra ti...”, e aponta algo que ameaça a continuidade desta igreja, ela deixou o primeiro amor. Aquele romance inflamado de recém-casados foi dando lugar ao sentimento de casais que se veem como dois estranhos dentro do mesmo lar. Jesus aponta o erro desta igreja, mas logo em seguida traz a solução, nos mostrando o caminho para reconquistar nosso primeiro amor em quatro verbos: lembrar, arrepender, repetir e permanecer. Lembrar de onde caíste, trazer a introspecção, um exercício difícil e necessário em tempos de hoje, onde tudo é muito dinâmico. Se arrepender é mudar o coração, mente e vontade, depois de lembrar de onde caiu, agora é hora de dar meia-volta. Repetir as primeiras obras, voltar às bases do ensino, companheirismo, louvor e oração (At 2:42). E por fim permanecer, quando Jesus concluir instruindo-os a permanecer resistindo a obra dos nicolaítas, que eram mestres itinerantes que se infiltravam nas igrejas e ensinavam antinomia – uma heresia baseada em libertinagem sem condenação.
Por fim, Jesus promete ao que vencer ser dado de comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus. Quem são os vencedores afinal? O próprio apóstolo João na sua primeira carta (1 Jo5:5) nos ajuda a entender que os vencedores são aqueles que creem que Jesus é o Filho de Deus. Pelos méritos de Cristo, nós podemos compartilhar Sua vitória sobre o pecado, satanás e a morte.
2 – SENTIDO PROFÉTICO
O controle e a inspeção de Jesus sobre a igreja são atemporais (Ap 1:1), já as obras dos efésios marcam toda a geração da igreja apostólica (30 d.C – 100 d.C), um período conturbado de muita obra evangelística e apologética. Em meio a tantos falsos mestres, que se autodenominavam apóstolos, a Palavra de Deus se manteve na instrumentalidade de homens de Deus que defenderam sua fé, inclusive com sua vida em muitos casos. Época onde grandes líderes, como Pedro e Paulo, foram perseguidos e mortos e a igreja se manteve de pé e crescendo. Cabe um destaque maior no sentido profético da promessa feita a essa igreja, que o seu vencedor poderia comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus. Quando Adão pecou, foi expulso do Éden por um ato de misericórdia de Deus, do contrário viveria para sempre em pecado (Gn 3:22), mas depois que o pecado for totalmente removido poderemos então comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.
3 – APLICAÇÃO PRÁTICA
Consegue imaginar Cristo dizendo “conheço as tuas obras”? O que Ele falaria depois disso? Será que nossas obras são elogiáveis, incansáveis, perseverantes, baseadas na Palavra, como eram as obras dos efésios? Esta carta tem muito o que ensinar a igreja atual, inclusive o alerta dado a esta igreja nos deveria ser dado todos os dias, o cuidado com nosso amor a Deus, pois o mesmo pode ser um amor inflamado, como pode não ser. O maior mandamento é amar a Deus (Mt 22:37-39), sobre este amor que deve se fundamentar nossa vida, porque Ele primeiro nos amou (1 Jo 4:19). Ao ler esta mensagem aos Efésios deveríamos nos questionar também o quanto da nossa teologia tem bebido da fonte dos nicolaítas, pois alguns pensam que a graça se tornou desculpa para pecar, e esse tipo de pensamento talvez mostre que essa pessoa nunca foi alcançada por ela. Lembremos das palavras de Jesus: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” (Jo 14:21)
CONCLUSÃO
Nenhuma influência externa em si tem poder para invadir as igrejas, a menos que ela mesmo abra suas portas. A igreja em Éfeso é um grande exemplo de posicionamento diante da cultura pecaminosa. Para esta igreja nunca existiu a desculpa “ah, mas todo mundo faz isso...”. Felizmente Jesus se achega a esta igreja com uma mensagem apontando seu erro, ao abandonar o primeiro amor e lhe dá a solução. Jesus falou com você nessa lição? Lembre-se, arrependa-se, repita e permaneça. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”. (Ap 2:7)
Autoria:
Dc. Diego Neves
Revisão:
Pr. Nelson F. Braga
Pr. Carlos Jeferson
Ev. Gilmar Manzoni
Ev. Marcelo Beijer
Dc. Jacqueline Mello
Julyana Manzoni
Karen Beijer
Bibliografia:
Bíblia de Estudo de Genebra – ARA; Bíblia Sagrada - Nova Versão Internacional;
Apocalipse: O Futuro Chegou - Hernandes Dias Lopes, ed. Hagnos;
As Sete Igrejas do Apocalipse - Steven J. Lawson - ed. CPAD.