LIÇÃO 04 – MENSAGEM À IGREJA DE ESMIRNA

Escrito em 27/06/2022
IB Monte da Fé


TEXTO ÁUREO

 "E ao anjo da igreja de Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu".                                                                                       (Apocalipse 2:8)

OBJETIVO DA LIÇÃO

1. Analisar o contexto geral da mensagem à igreja de Esmirna;

2. Refletir sobre sofrimento que a igreja passou e como foi sustentada pelo SENHOR;

3. Entender que nosso galardão está com Cristo Jesus.


INTRODUÇÃO

Esmirna era uma importante cidade portuária que cultuava Roma. Os membros da igreja de Esmirna eram pobres, excluídos e perseguidos. Alguns até foram lançados na prisão por causa de sua fé! 
Mas DEUS estava com eles.
A igreja de Esmirna é elogiada por suportar o grande sofrimento a que estava sendo submetida. Esmirna não recebe nenhuma crítica.
A recomendação é de que sejam fiéis até a morte e resistam à perseguição. Esmirna recebe como promessa a coroa da vida.

1 – CONTEXTO HISTÓRICO

Jesus se apresenta a esta igreja como o primeiro e o último, uma expressão que salienta sua eternidade e divindade. Talvez trazendo uma perspectiva de coisas eternas diante do sofrimento presente que esta igreja atravessava.         
Também se apresenta como aquele que foi morto e reviveu, ou seja, a morte trazida pela perseguição que esta igreja sofria já tinha sido vencida por Cristo Jesus, e sua vitória sobre a morte é nossa vitória, também.
Este já seria um grande encorajamento para seguir em frente. Não que fosse composta de membros perfeitos, mas esta igreja não sofre nenhuma repreensão de Jesus.
Quando Jesus diz que conhece suas obras e tribulação, o verbo conhecer é oida que em grego, significa conhecimento adquirido pela experiência.
Logo, Jesus busca confortar seus membros empatizando com o seu sofrimento em cinco diferentes níveis:

  • Governamental – Por vezes o império romano perseguia politicamente a igreja, isto deste o primeiro século;
  • Econômico (pobreza – v.9)- Mesmo Esmirna sendo uma cidade próspera, a igreja não se destacava pelos seus bens, pois seus membros, quando identificados como cristãos, tinham suas posses violadas. A teologia da prosperidade não parece funcionar muito bem aqui.
  • Religiosa – Como se não bastasse a perseguição política, ainda tinham alguns que se identificavam como judeus, mas eram sinagoga de satanás (v.9), uma expressão forte de oposição ao povo de DEUS.
  • Física – Jesus anuncia que ainda mais sofrimento estava por vir (v.10), pois alguns seriam lançados nas terríveis prisões romanas. A política carcerária de Roma era cruel e, ou matavam seus presos, ou os torturavam e arremessavam às ruas, pois Roma não queria comprometer sua economia na recuperação de criminosos.
  • Satânica – O próprio diabo perseguia a igreja de Esmirna.
    Sua batalha não era contra a carne, mas contra principados e potestades (Ef 6:12).

1.1 – Qual a solução que jesus deu para toda essa perseguição? “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (v.10).
Assim como os atletas romanos corriam e competiam por uma coroa (1 Co 9:24-25), Jesus utiliza esta figura de linguagem para incentivar a fidelidade da sua igreja. No final serão vencedores, ganharão a coroa.

Ao final da carta vemos novamente o alerta “quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz às igrejas”, e a promessa desta vez é “o que vencer não receberá o dano da segunda morte”. Todos os verdadeiros cristãos são vencedores (1 Jo 5:5), e estes não serão atingidos pela segunda morte (Ap 20:6). Como diz o ditado popular: “Quem nasce uma vez, morre duas vezes. E quem nasce duas vezes, morre apenas uma”.

2 – SENTIDO PROFÉTICO

O alcance profético desta igreja inicia com a morte do último dos apóstolos, João, por volta do ano 100 d.C. e termina com o Edito de Milão, no ano 313 d.C. onde o mesmo declara que o Império Romano seria neutro em relação ao credo religioso, acabando oficialmente com toda a perseguição religiosa.
Este edito foi emitido pelo Tetrarca Ocidental Constantino l, O grande e por Licínio, o Tetrarca Oriental.
Dentro do estudo da escatologia, a linguagem de dias pode tomar a forma de anos. Dessa forma, se assim considerarmos os 10 dias de tribulação anunciados por Jesus (Ap 2:10), chegaremos a que talvez tenha sido a mais sangrenta perseguição aos cristãos.

Em 303 d.C, Diocleciano, Maximiano, Galério e Constâncio Cloro emitiram uma série de editos que revogavam os direitos legais dos cristãos e exigiam que estes cumprissem as práticas religiosas tradicionais, levando muitos à mortes cruéis que se tornariam exemplo para os demais.
Mas, à esta igreja, fiel até a morte, AQUELE que venceu a morte prometeu a coroa da vida. Aleluia!
Por fim, a segunda morte mencionada no final da mensagem trata-se da morte final (Ap 20:14).

3 – APLICAÇÃO PRÁTICA

Uma das maiores aplicações pessoais que podemos fazer com esta mensagem é que os dias maus também chegam aos fiéis, e isso confronta diretamente alguns ensinos onde o povo de DEUS só vive de bençãos.
Muitas igrejas pelo mundo sofrem perseguição e são excluídas da sociedade por sua fé, mas DEUS está do nosso lado, para nos dar força e, mesmo se perdermos a vida, ELE vai nos recompensar com a vida eterna.
Jesus anteriormente já havia mencionado esse ódio do mundo (Jo 15:18-19) e não deveríamos nos surpreender quando vemos isso nos dias de hoje, e não precisa se vitimizar para entender nossa condição de odiados pelo mundo.
O evangelho confronta, traz espada (Mt 10:34-39), traz luz sobre o pecado.
Paulo também fez igual advertência “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3:12)

Todo tipo de perseguição sofrida pela igreja pode e deve encontrar uma fonte de paz no cuidado de Jesus com a igreja de Esmirna

CONCLUSÃO

Quanto zelo tem nosso SENHOR em saber nos confortar nas nossas angústias.
Antes de Jesus encarnar, Jó em suas orações diz que DEUS não poderia se identificar com suas dores porque não era homem (Jó 10:4-6), mas Cristo hoje nos diz que sabe experimentalmente o que estamos passando.
Podemos nos identificar com ELE e entender que “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nos há de ser revelada” (Rm 8:18)

 

Autoria:
Dc. Diego Neves

Revisão:
Pr. Nelson F. Braga
Pr. Carlos Jeferson
Ev. Gilmar Manzoni
Ev. Marcelo Beijer
Dc. Jacqueline Mello
Julyana Manzoni
Karen Beijer

Bibliografia:
Bíblia de Estudo de Genebra – ARA; Bíblia Sagrada - Nova Versão Internacional; Livro - Apocalipse: O Futuro Chegou - Hernandes Dias Lopes, ed. Hagnos; Livro - As Sete Igrejas do Apocalipse - Steven J. Lawson - ed. CPAD.