LIÇÃO 3 – O TRIBUNAL DE CRISTO

Escrito em 14/03/2023
IB Monte da Fé


LIÇÃO 3 – O TRIBUNAL DE CRISTO

Verso-chave: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, bem ou mal” (2Co 5.10).

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos acerca do Tribunal de Cristo e dos galardões. Todos os crentes terão que comparecer a este tribunal, porém não se trata do Juízo final, que será instaurado para o julgamento dos ímpios (Ap 20.11-15), mas será um tribunal para julgar as obras e os atos dos crentes, recompensando-os, ou não, pelo que fizeram em sua vida. Neste Tribunal, todos os fiéis em Cristo serão galardoados com justiça.

I. O QUE É O TRIBUNAL DE CRISTO

O apóstolo Paulo descreve em 1Co 3.9-15, o cristão como um construtor que usa vários tipos de materiais numa construção.
Assim, no sentido espiritual, o valor do seu trabalho vai depender dos materiais que usará para construir sua obra.
Paulo adverte: “cada um veja como edifica” (1Co 3.10). A construção do cristão precisa ser feita sobre um fundamento eficaz e correto, e com materiais de qualidade que dêem sustentação à sua vida espiritual.

Duas palavras distintas na língua original do Novo Testamento esclarecem bem o sentido da palavra tribunal: criterion , conforme está em Tg 2.6 e 1Co 6.2,4; e bimá , encontrada em 2Co 5.10, (também em Ne 8.4).
O termo criterion significa “instrumento ou meio para provar ou julgar qualquer coisa”. Ou seja: “a regra pela qual alguém julga”, ou “o lugar onde se faz um juízo”, o tribunal de um juiz ou de juízes.
O termo bimá comumente significa uma “plataforma ou um banco de assento onde o juiz julga”.
Havia naqueles tempos tribunais militares e, também, o tribunal (bimá ou assento) da recompensa, especialmente utilizado nos jogos gregos de Atenas.
Os atletas vencedores eram julgados perante o juiz da arena e galardoados por suas vitórias.

II. ASPECTOS GERAIS DO TRIBUNAL DE CRISTO

1. O tempo - É lógico que o tribunal não pode acontecer logo após a morte de qualquer cristão. Ele se dará por ocasião de um tempo especial e determinado depois do arrebatamento da Igreja.

2. O lugar - Não há texto específico que declare o local, mas o contexto bíblico indica que, uma vez a Igreja arrebatada até as nuvens, nos céus, a instalação do tribunal de Cristo, inevitavelmente, terá de ser no céu, nas regiões celestiais.

3. Os julgados - Quem será julgado no tribunal? Quais são os sujeitos desse tribunal? Indubitavelmente, as pessoas julgadas nesse tribunal são os santos remidos por Cristo.
O texto de 2Co 5.1-10 fala daqueles que lutam nesta vida para alcançarem o privilégio de serem revestidos de uma habitação espiritual no céu. Não haverá discriminação nesse lugar. Só entrarão os salvos, os remidos. Não haverá lugar nesse tribunal para julgamento condenatório.
4. O juiz - O apóstolo Paulo declara que o exame das obras dos crentes será realizado perante o Filho de Deus (2Co 5.10). O próprio Jesus falou que todo o juízo é colocado nas mãos do Filho de Deus. Faz parte da exaltação de Cristo depois de Sua conquista no Calvário receber do Pai toda a autoridade e poder para julgar.

III. COMO PROCEDERÁ O TRIBUNAL DE CRISTO 

O apóstolo Paulo descreve em 1Co 3.9-15, o cristão como um construtor que usa vários tipos de materiais numa construção. Assim, no sentido espiritual, o valor do seu trabalho vai depender dos materiais que usará para construir sua obra. Paulo adverte: “cada um veja como edifica” (1Co 3.10). A construção do cristão precisa ser feita sobre um fundamento eficaz e correto, e com materiais de qualidade que dêem sustentação à sua vida espiritual.

1. Os materiais da obra de cada crente (1Co 3.12) - O apóstolo Paulo mencionou seis diferentes materiais que, figurativamente, representam os elementos que empregamos na construção de nossa vida cristã. Os materiais são indicados como ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha. Os três primeiros são resistentes ao fogo do julgamento de Cristo. Os três últimos são frágeis e não resistem ao juízo de fogo.

IV. A PRECISÃO DO JULGAMENTO E A PRESTAÇÃO DE CONTAS

No texto de 1Co 3.14,15 está declarado que haverá dois resultados finais do exame (a prova do fogo) das obras manifestas: o recebimento e a perda da recompensa.

1. Perda da recompensa. Esse fogo nada tem a ver com o fogo do Geena. O fogo do tribunal de Cristo é figura da luz que revela as impurezas, ou seja, a purificação.
Portanto, as obras feitas por impulso carnal e para a ostentação da carne não suportarão o calor do fogo de Deus, por mais bonitas que sejam, serão desaprovadas.

2. Obtenção da recompensa - De maneira geral, a Bíblia menciona dois tipos:
Uma é o diadema utilizado pelo governante; A outra é a coroa da vitória (gr.: stephanos), conferida àqueles que alcançam grande realizações.
Esta última fala de coroas que recompensam os crentes por obras bem-sucedidas feitas para o Senhor.

As Escrituras mencionam quatro dessas coroas:
A Coroa da Vida - Esta coroa será daqueles que perseveram em meio às provações (Tg 1.2-3,12; Ap 2.10; Ap 3.11). Os crentes devem alegremente perceber as provações como oportunidades dadas pelo Senhor para que cresçam e amadureçam. Sua motivação deve também proceder do amor que sentem por Deus.
A reação equivocada em face das provações levou Israel a duvidar do cuidado de Deus para com o seu povo.
A Coroa da Justiça - Esta coroa está reservada àqueles que ansiosamente aguardam o retorno do Senhor.
Em seus últimos anos de vida, Paulo preocupava-se mais com o tribunal do céu do que com o tribunal de Roma (2 Tm 4.6-8).

A Coroa da Glória - Esta coroa será daqueles que apascentam o rebanho do Senhor pelos motivos certos (1 Pe 5.2- 4).
Os pastores piedosos, dignos de recompensa, são aqueles que servem de coração, e não por obrigação. São exemplos de uma vida piedosa para o rebanho, e não apenas dão ordens às ovelhas, mas reconhecem a obrigação pela qual prestarão contas ao Supremo Pastor (Jo 10.11), (1 Pe 2.25).

A Coroa de Júbilo (alegria) - Esta coroa pertence aos ganhadores de almas. 
Aos tessalonicenses, Paulo escreveu: “Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultam os, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós? Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!” (1 Ts 2.19-20).
Aos filipenses, ele disse: “Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados” (Fp 4-1). A evangelização dos perdidos é um profundo desejo de Deus, e Ele prometeu recompensar aqueles que, em seu nome, procurassem os ainda não alcançados. 
Trata-se de um esforço em equipe: “[…] Um é o que semeia, e outro, o que ceifa” (Jo 4-37). Este trabalho de equipe na evangelização foi planejado por Cristo, de modo que “ambos [o semeador e o ceifeiro] se regozijem” (Jo 4-36).

DOIS PRINCÍPIOS A SEREM LEMBRADOS
No que diz respeito às recompensas de Deus, a Parábola dos Talentos (Mt 25:14- 30) e a Parábola das Minas (Lc 19.13-27) ilustram um importante e equilibrado conjunto de princípios.
A dos talentos mostra que, em certos aspectos, os crentes recebem responsabilidades distintas, proporcionais às suas capacidades. Nem todos os crentes desfrutam dos mesmos talentos. Nem todos recebem os mesmos dons 

espirituais ou a mesma capacidade intelectual. E, nem todos têm a mesma chance de estudar ou recebem as mesmas oportunidades dadas por Deus. Podem, no entanto, receber as mesmas honras e recompensas pela fidelidade demonstrada no serviço do Senhor.
A Parábola das Minas, por sua vez, ilustra que, de certa forma, todos os crentes recebem a mesma comissão do Senhor. Todos possuem uma vida para viver e dar a Deus. Todos possuem as Escrituras, a mesma fé e a mensagem do evangelho.
No Reino de Deus, as missões são distribuídas conforme a fidelidade. Assim, tanto a graça de Deus como a fidelidade humana têm sua parte em relação às recompensas dadas por Cristo.

CONCLUSÃO
A lição maior que aprendemos acerca do tribunal de Cristo consiste em atentarmos diligentemente para a nossa responsabilidade individual como cristãos no que se refere às ações tanto as de caráter social quanto as espirituais praticadas em benefício do reino de Deus.