LIÇÃO 7 – OS GENTIOS NA GRANDE TRIBULAÇÃO

Escrito em 03/04/2023
IB Monte da Fé


TEXTO ÁUREO
“E Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lucas 21:24).

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1 – Demonstrar que a soberania de DEUS na história não isenta os seres humanos da responsabilidade pessoal de seus atos quando concorrem sobre o avanço do mal no mundo, uma vez que o próprio DEUS é Rei que está no Trono do universo, e é justo juiz sobre a criação.

2 – Enfatizar que a oportunidade de salvação rejeitada não traz apenas sofrimentos ocasionais, mas é também um sinal evidente de juízo divino e eterno, ao mesmo tempo que a rejeição a cristo e sua obra é uma marca histórica e ímpia do governo do anticristo.

3 – Trazer consolo e firmeza de fé em que os propósitos de DEUS se cumprirão plenamente, ao perceber que a história dá testemunho das Escrituras, e não o contrário.

INTRODUÇÃO
A grande tribulação, de acordo com a bíblia, não se trata somente de um evento global. Dessa forma, podemos encará-la como um momento escatológico (para o fim dos dias) e histórico (pois ele há acontecer).
Ao mesmo tempo, este mesmo momento terá significado distinto para 2 tipos de entendimento de civilização que são mencionados na bíblia, a saber:
Os gentios (não judeus) e os judeus.
Enquanto estes foram objetos de nosso estudo na lição anterior, os outros povos serão observados agora de maneira que perceberemos como Deus em sua perfeita vontade também os designou para um propósito eterno que o glorificará.
Do ponto de vista histórico, no texto de Lucas inicialmente proposto, temos o contexto da tribulação vindoura causada pelo Exército Romano. Esta tribulação seria devastadora, obrigando os discípulos de Cristo, na Judéia, fugirem sem demora para salvarem a própria vida mas, demarcaria também uma mudança na interação de Deus com as nações (tempo dos gentios).
Essa conhecida destruição de Jerusalém (pisada pelos gentios) é uma ponte para a afirmação de Cristo sobre o fim dos tempos marcados pela chegada do Dia do SENHOR (Lc 21:25,26)

1 - OS TEMPOS DOS GENTIOS - O significado (Lc21:24)
1.1   O renomado pastor e comentarista bíblico Elienai Cabral na revista de lições bíblicas da CPAD e jovens e adultos terceiro trimestre de 98 sobre o tema acima apresenta os seguintes apontamentos:

  •  Que são os tempos dos gentios? 
    O texto de Lucas refere-se a um período especial no qual Jerusalém será pisada pelos gentios.
  •  A duração do tempo dos gentios 
    Esse período (não da grande tribulação) teve seu início quando uma parte de Israel foi levada de sua Terra para o cativeiro na Babilônia em 586 antes de Cristo (2 Cro36:1-21; Dn 1:1,2) e só terminará quando Cristo voltar para governar sobre todo o mundo e assumir o trono de Davi (Lc 1:31,32)

 1.2 - O entendimento deste conceito bíblico nos remete aos textos de Daniel que decorrem desse cenário escatológico.
No capítulo 2, vemos o rei Nabucodonosor tendo, da parte de Deus, uma revelação acerca do futuro quadro geopolítico dos reinos gentios representados na visão conhecida como grande estátua (Dn 2:29-45)
No capítulo 7 temos o profeta Daniel tendo a revelação sobre como seria a natureza moral e espiritual destes mesmos reinos representados na visão descrita como que por 4 animais (Dn 7:3-8).
Em ambas as passagens percebemos o esclarecimento do mesmo cenário escatológico-global, onde a história política havia sido mostrada ao rei Nabucodonosor, um dos mais significativos regentes da humanidade, mas a perspectiva histórica e espiritual foi manifesto para Daniel, exilado na Babilônia conforme o desígnio Divino.

 1.3 - Ainda em Daniel, após o profeta demonstrar as dispensações propostas na visão das 70 semanas (Dn 9:24-27), ele trata da ascensão de um líder global que ele denomina de “assolador”, em consequência a rejeição à aliança da graça estabelecida em Cristo e aos abusos sobre os privilégios que dela decorrem.
Aqueles que rejeitam o Messias receberam o anticristo, convém frisar para a nossa atenção.


2 – A NATUREZA DO PODER DOS GENTIOS
2.1 - A natureza do poder dos gentios está marcada na extensão da linha do tempo escatológico pela divisão, conforme se verifica na visão da estátua de Nabucodonosor (Dn 2:41), em contraponto à unidade que existe no povo de Deus sob benção do SENHOR (Salmo 133:3).
Por isso, a ênfase nos pés da estátua, simbolizada pelo ferro e pelo Barro que caracterizam a fragilidade e força, autocracia e democracia do Reino Romano, o quarto Reino.
Esta mistura não é natural, pois ferro e barro se juntam, mas não se misturam. Outra verdade acerca da forma final do poder gentio é a indicação de uma ação futura profética, algo que ainda não aconteceu: a pedra cortada sem mãos do monte em Daniel 2:34, uma tipologia do Reino de Cristo (Zc 4:6), uma marca sobre o fim desse Império, nos dias da Grande Tribulação (Dn 2:45).

 2.2 - Visão espiritual do poder dos gentios - No capítulo 2, a forma final do poder dos gentios é demonstrada pela união de dez reis e seus reinos.
Em Daniel 7.7, o destaque é o animal que aparece com dez chifres sobre a cabeça. Esses chifres indicam, também, a confederação de dez reis (nações gentílicas) para a formação do quarto grande reino mundial (Dn 7:24).

2.3 - O líder que surgirá do poder gentio (Dn 7:8) - Dentre os dez reinos (dez chifres) surgirá o líder (o chifre pequeno) que se levantará e se manifestará como o “homem da perdição”, “o anticristo”, o qual blasfemará contra o altíssimo até que lhe venha o juízo (Dn 7:25).
Na verdade, na segunda metade da “semana” predita em Daniel 9:27, esse “chifre pequeno”, o anticristo assumirá a direção política dos reinos dos “dez chifres” (dez dedos da estátua) e infligirá sobre Israel grande perseguição (Ap 17:12,13).
Paulo diz que o anticristo, o homem da iniquidade, será morto pela manifestação da vinda de Cristo (2 Ts 2:8).
A derrota final do anticristo acontecerá exatamente em três anos e meio no período do tempo de Grande Tribulação.
O que pode significar, também, o período de 42 meses iguais a 1260 dias, conforme o calendário judaico (Dn 9:27, Dn 12:7 e Ap 12.14).

3 - PERFIL DO PODER DOS GENTIOS (Dn 7:3-8)
Ainda na esteira do didático comentário bíblico do pastor Elienai Cabral sobre os textos bíblicos que estão sob nosso enfoque, seguem suas considerações conforme transcrito abaixo, visando esclarecer nosso entendimento:

 1 - O leão com asas de águia (v4) - Assim como a cabeça de ouro da estátua do capítulo 2 representa o Reino da Babilônia, também o leão da visão de Daniel (Dn 2:37,38).
No mundo animal o leão é o rei dos animais por isso Nabucodonosor destacou-se como o leão pela sua riqueza e importância (Dn 4:24,25, 32-37)

 2 - O urso destruidor (v5) - Representa o Império Medo-Persa, que derrotou a Babilônia, e na visão é representado pelo peito e os braços de prata (Dn 2:39).
Diz o texto que o urso surgiu com três costelas entre os dentes. Isso indica que dominou sem reservas as nações a sua frente.
O texto de Daniel 2 esclarece melhor esse fato pois os braços da estátua indicam mais especificamente a aliança da Média e da Pérsia.
Daí o nome Medo-Persa conhecido pelos reis que governaram, Ciro, o persa (Dn 10:1) e Dario, o medo (Dn 11:1).

3 - O leopardo altivo (v6) - Animal de indescritível rapidez que representa o Império grego, em paralelo com o ventre e as coxas de cobre (ou bronze) da estátua de Daniel 2:32. O animal tinha quatro asas (Dn 7:6) denotando seu rápido progresso em apenas 12 anos. Tinha, também, quatro cabeças que tipificam as quatro divisões do Império grego logo depois da morte de Alexandre, O Grande, seu conquistador.

 4 - O animal terrível e espantoso (v7) - A característica principal desse animal é o fato de não haver nele nada comparável no mundo animal.
Era, de fato, incomparável em força e presença e representa o Império Romano. No capítulo 2, esse Império é representado pelas pernas de ferro e os pés com mistura de ferro e barro (Dn 2:33,41).
O animal se destaca pela força bruta e dureza típica do ferro e metal que o representa. Na história mundial, esses quatro impérios foram fortes e tiveram seu final com o quarto Império, que foi o Romano.
Entretanto, a profecia sobre esse último Império indica seu ressurgimento no futuro, especialmente no período da Grande Tribulação.

CONCLUSÃO 
O ensino bíblico sobre a grande tribulação aponta dentre outras coisas para a progressiva revelação de Deus para toda a humanidade ao longo da história desembocando na para um desígnio final onde até mesmo o mal está extinto e estabelecido na existência de todas as coisas pelo próprio Deus conforme seus decretos ele é o soberano no trono do universo governando absolutamente tudo o que existe assim como em Dn 7:15 e 28 nós não podemos ser inertes ou indiferente a estas verdades eternas precisamos pedir ao senhor que nos conceda a sensibilidade espiritual necessária para nos incomodar com o avanço e consolidação do mal no lugar onde estamos contextualizados, de modo a enfrentar e resistir o mal na força do SENHOR (Ef 6.10-13), seja quando se manifeste na cultura humana, seja quando se manifesta como perseguidor da igreja pois representamos o REI que virá e com o sopro de sua boca destruirá oportunamente todo o mal e seus agentes (2Ts 2.7-8).