LIÇÃO 9 – SILÊNCIO NO CÉU - OS SOFRIMENTOS DA IGREJA PERSEGUIDA ESTÃO REGISTRADOS PARA O TEMPO DO FIM

Escrito em 03/04/2023
IB Monte da Fé


TEXTO ÁUREO
“E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora” ( Ap 8:1).

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1 - Perceber à luz das escrituras o quanto o caráter de Deus é amoroso e justo, indivisivelmente;
2 - Se alegrar no consolo dos remidos na eternidade e se conscientizar dos perigos da justiça própria no dia do juízo final; a
3 - Considerar  a bondade e misericórdia de Deus no curso de seu propósito na história Rm 11:22)

INTRODUÇÃO
Apocalipse é um livro de imagens, uma apresentação dramática para equipar cristãos para que tenham uma visão da história centralizada em Deus.

O cenário de calamidades e tragédias, dor e sofrimentos singulares que são lançados no quadro da Grande Tribulação pela escatologia bíblica não deixa de ressaltar o caráter de Deus com Seus atributos indivisíveis.
Ao mesmo tempo em que Ele concede, amorosamente, acesso aos remidos na Grande Tribulação ao trono e ao cordeiro, para que estejam no santuário do tabernáculo com Ele da mesma forma que sejam saciados com eterna providência, de suas guerras e necessidades temporais enquanto desfrutam Dele mesmo, que lhes enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 7:13-17).
Ele também se apresenta majestosamente e justo para toda a criação, trazendo um espanto maravilhado da corte celestial que fica em silêncio diante daquele que, dignamente, trará juízo sobre a Terra.
Aquele que consola os remidos na eternidade também é justo para recompensar aqueles que ostentam os méritos de sua finita justiça própria (Sl 46:10; Hc 2:20; Sf 1:7; Zc 2:13)

1 - A RESPOSTA ÀS ORAÇÕES DOS MÁRTIRES COM JUSTIÇA (Ap 8:2-5)
1.1 - Silêncio no céu
- Vemos algo inédito aqui: “Silêncio no céu” (Ap 8:1). Todo louvor, que é característica do céu, cessa por quase meia hora. Esse silêncio nada tem a ver com a passagem de Isaías 6.8 ou com a morte de Cristo na cruz.
O silêncio aqui fala da perplexidade diante do que está por vir. Significa que o que ocorrerá no mundo, será tão sobrenatural, tão terrível e impactante que até os anjos se calarão.
1.2 - Os juízos serão consecutivos - Ao estudarmos sobre o juízo divino na Grande Tribulação devemos ter em mente que, tudo indica, que os juízes não serão paralelos, mas consecutivos. Vemos Deus trazendo Suas mensagens numa sequência de sete cartas às igrejas da Ásia, o livro selado com sete selos.
O último selo abre o juízo das sete trombetas, as sete trombetas terminam, se inicia o juízo das sete taças da ira divina e após termos Cristo com o exército dos céus.
Enquanto os juízos das sete trombetas atingem parcialmente a terra, onde um terço das coisas é atingida, os juízos das taças atingem de forma total os elementos da terra.
1.3 - A revelação na forma de pretérito - Um detalhe nas profecias chama atenção:
O fato dos juízos serem narrados no passado ou como eventos que já aconteceram.
Isto não significa que as profecias da Grande Tribulação e seus respectivos juízos já tenham chegado e se cumprido, mas revela uma linguagem que só o eterno pode usar. Quando falamos do nosso futuro sejam circunstâncias, ações e planos, lidamos com a hipótese ou possibilidades.
Por isso, em nosso vocabulário usamos palavras como “talvez”, “é possível”, “com a ajuda de Deus” e etc. Porém quando o pai da eternidade fala do futuro como se já tivesse acontecido, revela que o que está por vir acontecerá inevitavelmente e é irrevogável (Is 46:9,10)

2 – O JUIZO DIVINO SOBRE A NATUREZA (Ap 8:7-13)
2.1 - Um terço de toda a vegetação
– “E o primeiro anjo tocou sua trombeta, e houve Saraiva de fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada” (Ap 8:7).
A terça parte de toda a vegetação da terra será destruída. Todo o ecossistema, toda a biodiversidade será abalada neste tempo.
É impossível supor o que será este juízo sobre a terra, sendo que nada igual aconteceu no mundo até hoje.
2.2 - Um terço de toda a vida marinha e embarcações - A segunda trombeta mostra a morte de um terço de toda a vida marinha, bem como a destruição de um terço de todos os instrumentos de navegação no mar (Ap 8:8,9).
A bíblia fala que foi lançada no mar “uma coisa como um grande monte ardendo em fogo” que não sabemos o que é. É possível que se trate de um asteroide, mas o fato é que a destruição será real e em larga escala.

2.3 - Um terço de toda a água potável e um terço de todos os luminares -  A bíblia mostra que, após o toque da terceira trombeta, um terço de toda a água potável do planeta se tornará imprópria para beber (Ap 8:10). Haverá muitas mortes nesse tempo por consequência destas águas (Ap 8:11).
O profeta Isaías chama esse tempo de juízo divino sobre a terra de “Assolação do Todo-Poderoso (Is 13:6).
Enquanto as três primeiras trombetas mostram juízos que atingiram diretamente a terra, a quarta trombeta fala de um juízo que atingirá os luzeiros celestes (Ap 8:12).
O Sol, a Lua e as estrelas perderam um terço do seu brilho.
O mundo está acostumado a ver catástrofes climáticas em larga escala nas produções cinematográficas, porém o que vemos aqui não é ficção e vai acontecer.

3 - O JUIZO DIVINO SOBRE A HUMANIDADE 
3.1 - A praga dos gafanhotos
-  A quinta trombeta mostra-nos um enxame de gafanhotos que aterrorizaram a terra (Ap 9:3).
Possuem aparência horripilante e infernal (Ap 9:7-10) e terão como alvo exclusivamente as pessoas (Ap 9:4).
Por cinco meses agirão causando um tipo de chaga maligna (Ap 9:5).
Aqui se dirime uma dúvida muito comum no estudo do apocalipse. A bíblia não diz que na Grande Tribulação as pessoas não morreram. Mas mostra que durante a ação destes gafanhotos as pessoas atingidas por esta chaga maligna sofrerão terrivelmente, mas não morrerão (Ap 9:6)
3.2 - Um terço da população mundial - Esta trombeta anuncia um juízo terrível que virá sobre a humanidade: “E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens” (Ap 9:15).
Enquanto na quinta trombeta pessoas sofrem, mas não morrem e a praga dura cinco meses, nesta, em apenas um momento, numa data marcada e no momento exato mais de 2 bilhões de pessoas morrerão (considerando a população mundial em 2020, cerca de 7.8 milhões de pessoas).
É indescritível o que vemos ocorrer nesta primeira metade da Grande Tribulação.
3.2 - A oração dos Santos - Antes do juízo das sete trombetas acontecerem, Deus nos mostra as orações chegando como incenso a Deus (Ap 8:3,4). Antes da destruição de Sodoma e Gomorra encontramos o patriarca Abraão junto a Deus intercedendo pela cidade e Deus livra Ló (Gn 19). Diante da revelação que recebemos, de tudo que está prestes a acontecer, precisamos orar.
É tempo de orar! É necessário buscarmos a face de Deus com o coração contrito e quebrantado. Nós, que cremos que seremos arrebatados por Cristo e não passaremos por essas coisas, devemos anunciar a Cristo, pois Deus pode ainda salvar muitas vidas, pela pregação do evangelho.

CONCLUSÃO
Dois detalhes devem ser observados: o que ocorrerá não é resultado da irresponsabilidade ou mau uso dos recursos naturais pelo homem, mas a ação direta daquele que está sentado sobre o trono (Ap 8:12).
Assim como foram literais os flagelos no Egito, no tempo do Êxodo, assim serão também na Grande Tribulação.