"Deus não tem rivais!"

Escrito em 12/03/2021
Pr. Carlos Jefferson


 

 

"Deus não tem rivais!"

Texto-Base:  1 Sm 5.1-12

INTRODUÇÃO:

                A "passagem da Arca" na narrativa se enche da soberania divina e da ironia vexatória que cerca os homens quando tentam equiparar seus méritos e conquistas àquilo que somente em Deus pode ser experimentado.

                A derrota de Israel no capítulo 4, a humilhação de Dagom (cap. 5) e a trajetória do móvel consagrado até o seu retorno para os israelitas ( capítulos 6-7), posteriormente, revelam 'um Deus indomesticável por amigos e inimigos', com o qual há um devido relacionamento, pois 'seu governo não pode ser delimitado pelo infortúnio ou sucesso humanos, ou mesmo pelo desejo ou rejeição destes pela sua glória ou honra' (1 Sm 2.9-10).

                O conhecimento relacional de Deus e a manifestação de Sua presença em meio às nossas condutas e motivações são, portanto, um fundamento espiritual seguro para o nosso autoconhecimento progressivo, pois a rivalidade é um traço para o comportamento humano: ele pode expressar tanto o desenvolvimento de um zelo excessivo ( ciúme) como pode enquanto disputa entre partes que tem objetivos comuns o fomento de dissensões que danificam relacionamentos, estruturas institucionais e organizações. Ao caráter de Deu snão cabe nutrir rivalidades!

 

1. O que a Bíblia diz sobre a rivalidade ?

1.1. "Ser competitivo é bom nos padrões mundanos, mas não para o Senhor; ( Mc 9.33-35; Lc 12.24-26; 1Co 1.26-29)

1.2. A rivalidade estimulada por padrões mundanos motiva um plano de metas com um falso sentido de valores; (Jr 9.23-24; 1Co 9.24-27; 1Tm 4.8)

1.3. O espírito competitivo é da natureza humana, mas seu produto é o orgulho do qual se alimenta a rivalidade. Deus não aprova os orgulhosos; (2Cr 26.16; Ob 1.3; Jr 17.5; Mt 23.12)

1.4. A rivalidade é um campo hostil à natureza do amor cristão; (1Co 13.4; Rm 12.10; 15.1,3; Gl 5.26; Fp 2.3,4) 

1.5. A rivalidade, estimulante da divisão, é um instrumento do diabo; (2Co 10.12; Tg 3.14-16)

1.6. É louvável concorrer esforços para fazer melhor, desde que seja para a glória de Deus: algo impossível para o espírito faccioso! (Pv 27.17; Mt 5.16; Rm 11.13-14; 2Co 9.2; Hb 10.24)

1.7. Sob o espírito de rivalidade, o cristão não consegue mensurar metas espirituais; (Fp 1.27; 2.14-16; 3.14; 2 Tm 4.7-8);

1.8. Afetado por rivalidades humanas, o cristão não percebe a atuação de seus verdadeiros inimigos: o mundo, a carne e o diabo como escreveu o Dr. Russell Shedd (2Co 10.3-4; Ef 6.12; 1Tm 6.12; 1Pe 5.8-9; 1Jo 5.4-5).

 

2. A glória de Deus revelada no terreno do inimigo (v.1-5)

2.1. Dagom tem o significado de seu nome indefinido. Alguns ligam seu nome a termos como 'trigo', 'peixe' ou 'nebuloso', em razões das similaridades entre o seu nome e estas palavras na lingua semítica. Também associado ao poderio militar, Dagom recebe os créditos pela vitória sobre os israelitas. Mas seu nome e seu culto foram apagados da História no período intertestamentário (como registra 1Macabeus 10.84);

2.2. Aquilo que os filisteus queriam para seus rivais foi exatamente o que aconteceu a eles; (v.3)

2.3. A vitória situacional dos filisteus sinalizava sua morte espiritual (mais trágico!); ( v4; Dn 4.33-37; At 12.21-23)

2.4. As marcas da glória de Deus sobre aqueles de espírito faccioso são de longa duração (v. 5; Sf 1.9; vide o exemplo de Jacó em Gn 32.24-27);

 

3. Como Deus arbitra as rivalidades humanas? 

3.1. "Aquele que não se deixa levar pelo louvor lisonjeiro e o culto indevido de Israel é o mesmo que permite ao incrédulo perceber as dores de uma vida que não glorifica a Deus" - v.6; 1Sm 6.5;

3.2. "Aquele que rejeitou os planos manipuladores dos israelitas sem temor é o mesmo que se opôs à idolatria pagã" - v.7;

3.3. "Aquele que disciplina quem lhe rouba o devido trono (1Sm 4.13) é o mesmo que frustra o raciocínio lógico dos ímpios" - v.8; Sl 112.1,10; 147.6; Jd 1.5,14-15.

 

4. Esqueça suas rivalidades: coloque Deus em seu devido lugar na sua vida!

4.1. A glória de Deus pode ser insuportável para aqueles que não se rendem a ela (v 11; 1Sm 6.19);

4.2. Enquanto o temor ao Senhor não for restabelecido em nosos corações, ciclos viciosos destruirão nossos potenciais ( v. 11; 1Sm 6.20 -7.3);

4.3. Palavras e ações do verdadeiro arrependimento tornam o nosso clamor aceitável pelo Senhor (v.12; 1Sm 7.4-6);

4.4. Rendidos ao Senhor e purificados da rivalidade tóxica vamos provar o Livramento do Senhor (v.12; 1Sm 7.7-12).

 

Apelo/Conclusão:

  1. Discirna qual o impacto de sua competividade tem gerado em suas motivações e relacionamentos;
  2. Arrependa-se de ostentar sucessos e troféus onde Deus não é glorificado;
  3. Mergulhe no conhecimento de quem Deus é, e assim você poderá assumir seu lugar no mundo e na História;
  4. Ofereça Adoração a Deus conjugada por palavras e ações verdadeiras.