MALAQUIAS - Mensageiro da Aliança (Parte II)

Escrito em 07/03/2021
Pr. Carlos Jefferson


 
MALAQUIAS - MENSAGEIRO DA ALIANÇA

 

LEITURA BÍBLICA: Ml 2.10-16

     DEUS DESEJA UM CULTO EM QUE AS FAMÍLIAS SEJAM FORTALECIDAS!

Introdução :

             A denuncia anterior em que os sacerdorttes do templo são acusados não reverenciar a Deus e não expressar Seu amor no ofício ministerial (Ml 2.1-10), se aprofunda agora na constatação de apostasia espiritual de Israel. A ingratidão à Deus pelo povo eleito se embrenhou nas famílias afetadas pela infidelidade conjugal e a mistura sincrética com outros povos pelo casamento misto, o qual alterava a identidade espiritual e invalidava o culto oferecido a Deus por Israel.

             "Quando os ministros deixam d elado a são doutrina, a vida deles se corrompe; A impiedade leva à perversão (Rm 1.18). a heresia desemboca em imoralidade. Oh! quantos desvios doutrinários hoje! Quantos abusos contra a santa Palavra de Deus!"

             "Práticas erradas são fruto de princípios errados. Eles estavam lidando de forma errada uns com os outros porque estavam lidando errado com Deus."

Hernandes Dias Lopes

 

1. O (mau) exemplo do Lar (in)valida o Altar!

1.1. O culto é uma manifestação coletiva da aliança; logo, uma vida em sociedade que contrasta com os valores da aliançainvalida o culto - coletivo oferecido pelo povo de Deus. "Não se pode esperar que aquele que é falso para com o seu Deus seja verdadeiro com o seu amigo", dizia Mathew Henry.

(v. 10; 1Co 8.6; Ef 4.6-7; 1Jo 4.18-21 - veja AQUI: o amor que vence o medo não faz bravata!)

 

1.2. Os cleros sacerdortais e o povo eram cúmplices dos mesmos pecados diante de Deus: a manipulação legal mas imoral do divórcio (o qual mutilava a identidade espiritual de Israel), combinado com o casamento misto macularam o povo como santuário para o Senhor. Vide Dt 24.1-4 e Mt 19.3-9; e depois veja em Ex 34.15-17; Ed 9.1-4 e 2Co 6.14-18; 

 

1.2.1. A motivação socioeconomica do clero e dos chefes de familia em dias de carestia falou mais alto que o principio fundamental do matrimônio que glorifica a Deus, uma unidade perfeita (V11; Ne 13.23-31; 1Co 7.39; Gn 2.22-25);

1.2.2. Mathew Henry comenta sobre isso que: "em desprezo ao concerto do matrimôno, que Deus instituiu parao benefício comum da humanidade, eles maltratavam e se divorciavam de suas esposas que eram oriundas da própria nação, provavelmente para abrir espaço para as esposas estrangeiras, quando a moda casar-se com tais."

 

1.3. Assim como nos dias de Malaquias, a constatação destes fatos precisa trazer ao povo forte consciência de pecado e o urgente arrependimento. (v. 13; Jl 2.12-13, 16-17; Tg 4.8-10);  

 

2. O casamento é uma benção da Aliança:

2.1  O perfil da aliança conjugal em Deus é:

a) heterossexual (Gn 2.24; Mt 19.4);

b) monogâmico (Dt 17.17; Ex 20.17; vide o exemplo negativo de Salomão em 1Rs 11.4); E esse padrão é universal, sendo visto da ótica de Deus conforme ensina Paulo em 1Co 7.2;

c) O benefício dessa aliança, o sexo, é a mais intima das relações humanas e maior do que a relação entre pais e filhos. "O vínculo do casamento é mais sagrado do que o que prende os filhos a seus pais. Nada a não ser a morte deve separá-los" ( João Calvino, sendo citado por Hernandes Dias Lopes);

d) o casamento é indissolúvel (Mt 19.6);

 

2.2. O testemunho de Deus sobre o casamento fala da consciência-ativa de que os olhos de Deus sempre estão focados naquele e, ou naquilo que lhe representa; (  v14; Sl 101.6-7);

 

2.3. A aliança de Deus, portanto, está espelhada numa relação conjugal deleitosa, prazerosa e singular como descrito em Pv 5.8-10. "... frescobol e tênis são dois jogos bem parecidos... Só que, para que o jogo seja bom, é preciso que nenhum dos dois perca." (Hernandes Dias Lopes citando a crônica Frescobol, de Rubem Alves)

 

2.4. O casamento antes de ser uma convenção social é uma realidade espiritual onde Deus planejou, realizou, fundamentou e sustentou Seu propósitos (idem).

 

3. O Divórcio é uma violência à Aliança com Deus (v15-16)

     

3.1. A finalidade da união conjugal,segundo Warren Wiersbe, é propiciar uma família devota à Deus como referência para as nações sobre Cristo" - Uma família santificadora! 1Co 7.10-15;

 

3.2. O perfil do divórcio segundo Deus (v16)

a) Deus não instituiu o divórcio. "O casamento é fruto do coração amoroso de Deus e o divórcio é fruto do coração endurecido dos homens" (Dt 24.1-4; Mt 19.3-9);

b) Deus não quis o divórcio. "A união conjugal é inviolável e é reflexo modelo da união de Cristo com a sua Igreja"  ( Mathew Henry, comentando Ef 5.25,32)

c) "O divórcio é a apostasia do amor. É o abandono de alguém que um dia foi amado" ( Hernandes Dias Lopes). Is 50.1;

d) Do divórcio emanam uma infinidade de violências contra a Família (v16);

 

3.3 Deus é o começo e o fim, e nele está o Propósito de cada Família. Ele ouve o clamor dos feridos e rejeita a oração dos que ferem. Ele colhe as lágrimas dos  oprimidos e expele a oferta dos opressores. Aquele que testemunha a união também testifica da quebra do matrimônio (porque Ele está lá!) Isso requer do povo de Deus diligência quanto ao casamento pois o divórcio é abominável aos olhos de Deus para sempre. (v.16; 1Pe 3.7; Hb 13.4)                           

Notas:

bravata: ato ou dito que reflete jactância, presunção a respeito de atributos pessoais, poderes etc., provocação; fanfarronada, parlapatice; dito insolente que envolve ameaça, intimidação.

carestia: encarecimento do custo de vida.