LEITURA BÍBLICA: Atos 28:1-10
Introdução:
Os melhores comentaristas bíblicos convergem para o entendimento de que a viagem e o naufrágio de Paulo em direção à Roma se correlacionam à morte e a ressurreição de Jesus Cristo em seu ministério público. Tal condução narrativa visa realçar aos leitores que a vida e a trajetória do Discípulo de Cristo (exemplificado aqui pelo mais qualificado de todos – Paulo) reflete as mesmas pisadas de seu Mestre, Senhor e Salvador ( Mt 10.24-25).
É a realidade do Reino invertido descrito, por exemplo, por Agnes Alencar: “Jesus não precisava citar textos que falassem da misericórdia de Deus, fazia parte de seu modus operandi apontar para situações ordinárias, simples, como o nascer do sol, ou a beleza do lírio dos campos, e partir daí demonstrar que esse Deus é um pai amoroso que se importa com a totalidade da dignidade humana. Esse Reino de Deus, que já chegou, inverte noções simples, trata-se de um Reino no qual seu soberano escolhe ser Pai. Os súditos, servos desse Pai, deixam de ser servos para tornarem-se amigos. E o profeta desse Reino que prega amor ao longo de toda sua caminhada, morre como um ladrão amando os seus até o fim.”
A vida pós- naufrágio de Paulo é um ensino sobre o ponto de partida para uma retomada dos planos e propósitos de vida que, estabelecidos em Deus, devem continuar em sua realização pois Deus os preservou conosco ao nos permitir sobreviver às tempestades e naufrágios da vida! (Jr 29.4-14)
1. “Depois da calamidade, é hora de acolhimento dos que sofrem.” (v.1-2)
1.1. Deus livrou Paulo do juízo humano falho (At 27.42-44) e do caos total das circunstâncias para que ele encontrasse Malta (lit. ‘refúgio’; latim ‘mel’ - que deriva da principal atividade exportadora da ilha); (Ex 3.8; Sl 19.10-11);
1.2. Os bárbaros (estrangeiros não-romanos) são agentes de uma acolhida humanamente divina (hb 13.2) na qual Paulo se fortaleceu não apenas recebendo como também oferecendo acolhida na fogueira (o senso de mutualidade - ‘uns aos outros’ - é expresso no NT cerca de 473 vezes).
2. “É tempo de vencer crendices e superstições e testemunhar milagres de uma fé genuína.” (v.3-6)
2.1. A superstição dos locais os levara a crer que o incidente de Paulo com a serpente poderia ser “uma perseguição da deusa Dikê, personificação da justiça e da vingança, conforme contextualiza John Stott. Mas nada ocorreu! Logo, eles consideraram um ‘deus’. Mas o que se constatou mesmo é que ele era alguém frutificando uma fé genuína em Jesus (Mc 16.18; Lc 10.19-20; Jo 15.16)
3. “Prontos para o Avivamento: sabendo onde estou e convicto para onde vou em Cristo.” (7-10)
3.1. O testemunho de quem tem a confiança de Deus antes da multidão (W. Wiersbe) abre as principais portas da ilha para Paulo: a casa de Públio (lit. ‘amigo do povo’);
3.2. Mesmo quem tem grandes carismas precisa partilhar grandes carências, vide o pai de Públio com a (hoje conhecida como) febre de Malta. Essa enfermidade pode inspirar cuidados por entre 4 meses até 2 anos, mas pelo poder de Deus aquele homem foi curado imediatamente (v8);
3.3. Um ambiente de avivamento espiritual frutifica milagres sobrenaturais conjugados com gratidão -solidária (v9-10), indicando que a missão de Deus está revelada não no lugar em que se chega, mas no destino em que se vai! (Roma – Atos 23.11).
Conclusão: Re-tome o Chamado e o Propósito de Deus para você depois do Naufrágio!
- Não busque culpados ou mensure prejuízos pós- tragédias, mas acolha os que sofrem e fortaleça os fracos, no Senhor!
- Desista da vida de ‘status’ e ‘stories’ a atenda ao chamado de Cristo para uma vida de frutos (Jo 15.16);
- Ao cumprimento do chamado de Deus: na consciência (de onde está) na visão (de onde deve ir).